Acontecerá em Santiago no Chile entre os dias 29 de novembro e 2 de dezembro próximos, a Conferência Nosso Futuro é Público. O encontro reunirá movimentos sociais, populares e sindical de todo o mundo e será em formato híbrido, possibilitando assim, a participação daqueles(as) que não puderem acompanhar o encontro presencialmente. O objetivo é desenvolver estratégias de ação e narrativas para fortalecer os serviços públicos para a realização dos direitos econômicos, sociais e culturais e combater os efeitos das mudanças climáticas.
Os dois primeiros dias serão dedicados a reuniões setoriais sobre saúde, educação, agricultura, justiça econômica e proteção social, energia, sistemas alimentares, habitação, transporte, água, entre outros. Os dois últimos dias reunirão todos os movimentos e organizações participantes da conferência para uma discussão coletiva sobre temas transversais, incluindo a emergência climática, igualdade de gênero, justiça econômica e fiscal. A intenção é avançar no sentido de unificar a lutas e ações para além do específico considerando que os temas interagem entre si.
Para nós, brasileiros, a conferência se reveste de extrema importância considerando o processo de aprofundamento de uma política ultraliberal, iniciada com o golpe de 2016 que depôs a Presidenta Dilma Rousseff, que promove o desmonte do Estado e avança nas privatizações em todas as áreas. Por outro lado, cidades de vários países do mundo caminham no sentido inverso, ou seja, da remunicipalização/municipalização dos serviços públicos.
Nos últimos anos, estudo do Instituto Transnacional em conjunto com organizações parceiras identificaram mais de 1.400 casos de remunicipalização/municipalização envolvendo mais de 2.400 cidades em 58 países em todo o mundo.
Importante destacar que a conferência do Chile acontece no mesmo ano em que ocorreu o Fórum Alternativo Mundial de Água (FAMA) em Dakar no Senegal, em oposição ao Fórum Mundial da Água (FMA), também conhecido como o fórum das corporações, em que organizações sindicais, sociais e populares de vários países do mundo, trataram da luta contra a privatização da água e do saneamento e que também mereceram destaque o processo de remunicipalização de serviços públicos em geral e da água e do saneamento em particular.
O ONDAS, Observatório Nacional dos Direitos à Água e ao Saneamento tem acompanhado o processo de organização dessa importante conferência porque acredita que iniciativas como essa contribuem para o avanço da realização dos Direitos Humanos à Água e ao Saneamento. Teremos duas representações na Conferência, do Professor Ricardo Moretti que integra o Conselho de Orientação do ONDAS e da Bartíria Perpétua Lima da Costa que Coordenadora de Relações Institucionais do ONDAS e dirigente a CONAM, Confederação Nacional das Associações de Moradores.
Fazemos um apelo para que o maior número de pessoas se inscreva para participar, mesmo de forma virtual, e dessa forma buscarmos garantir que haja tradução simultânea para o português o que facilitaria o engajamento maior de pesquisadores, militantes e ativistas pelos Direitos Humanos, da defesa dos serviços públicos e contra toadas as formas de privatização e apropriação dos bens públicos pelo capital.
Links de interesse:
para pré-inscrição https://admin.eventdrive.com/public/events/32003/website/registrationforms/96770/33143/
Página da Conferência: https://admin.eventdrive.com/public/events/32003/website/registrationforms/96770/33143/
Edson Aparecido da Silva é Secretário Executivo do ONDAS, Observatório Nacional dos Direitos à Água e ao Saneamento; assessor de saneamento da FNU, Federação Nacional dos Urbanitários e colaborador do LabJuta- Laboratório de Justiça Territorial da Universidade Federal do ABC.