CoPolis - co-produção social da cidade e ciência cidadã: uma perspectiva comparada sobre classe trabalhadora e bairros precários na França e no Brasil (2020 - atual)

Projeto

Equipe LabJuta

Coordenador: Francisco de Assis Comarú

Pesquisadoras: Ana Luiza Vieira Gonçalves, Mariana Ohara, Nathalia Conte e Talita Anzei Gonsales

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https://bv.fapesp.br/pt/auxilios/106207/copolis-co-producao-social-da-cidade-e-ciencia-cidada-uma-perspectiva-comparada-sobre-classe-trabalh/ 

As abordagens científicas, políticas e operacionais para a adaptação aos desafios do desenvolvimento sustentável nas cidades ocorrem, em grande parte, pelo prisma tecnológico. Em tempos em que, cada vez mais, a governança promove a participação do cidadão, experiências de planejamento participativo estão se multiplicando, em especial nos territórios urbanos precários, assim como práticas de co-produção urbana que reúnem sociedade civil, universidades, profissionais, muitas vezes apoiados por instituições públicas. Essas iniciativas trazem inovações sociais fundamentais para uma transição rumo à sustentabilidade, especialmente nos contextos mais desfavorecidos. Mais do que as tecnologias de produção da cidade, CoPolis enfatiza a importância das ferramentas de cooperação na adaptação ao desenvolvimento sustentável. No momento em que as comunidades urbanas nesses territórios dependem cada vez mais da necessidade de debate e serem ouvidas, para ganhar a capacidade de influenciar nas decisões públicas, as práticas colaborativas tornam possível ir além certas clivagens entre a sociedade civil, profissionais e, em certa medida, governos. São vetores de inovação social e democrática que exploram práticas alternativas visando reduzir as desigualdades sócio-espaciais. França e Brasil são países que têm uma longa história de cooperação e ações comunitárias em bairros populares ou precários onde residem as populações mais discriminadas. Este projeto explora o potencial da co-produção – entendendo-se a ação coletiva e interinstitucional, envolvendo a universidade como agente organizador e mediador – para adaptação das intervenções urbanas às questões de sustentabilidade em termos de redução de vulnerabilidades sociais e ambientais, construindo uma governança urbana democrática, de empoderamento de populações precárias e efeitos cognitivos da co-produção de conhecimento. O projeto compreende a avaliação crítica dessas práticas e as tensões e impasses dela decorrentes, em casos específicos de estudo, no Brasil e na França, entendendo seus impactos sobre a sociedade civil e o terceiro setor e a produção de “planejamento urbano”. Esses aspectos são analisados pelo prisma da justiça social e espacial. O projeto coloca três questões de pesquisa principais: 1) a gênese e as condições de desenvolvimento de colaborações entre a sociedade civil organizada, os intervenientes intermediários e facilitadores; 2) as relações entre contextos político-institucionais e configurações de práticas colaborativas organizacionais; 3) a organização e circulação de conhecimento no âmbito dessas colaborações e o papel desempenhado pelos diferentes tipos de atores intermediários, em especial da universidade no âmbito da pesquisa-ação. O projeto acontece em parceria com o LabHab da FAUUSP e com o LAVUE.