A cidade de São Paulo é marcada por diversas modalidades de habitação, sendo uma delas as ocupações de edifícios por movimentos organizados na luta por moradia. As ocupações são heterogêneas em termos de perfil populacional, tipologias, organização social, movimentos de moradia que as coordenam, entre outros aspectos. Não são muitos os esforços técnicos ou acadêmicos dedicados a investigar tais ocupações, embora a queda do Edifício Wilton Paes de Almeida tenha mobilizado o poder público a levantar dados recentes sobre este grupo.  Este projeto objetiva conhecer o perfil dos moradores de quatro edifícios ocupados no centro da cidade de São Paulo. As lideranças locais dos movimentos de moradia atuarão tanto na formulação dos instrumentos de pesquisa (questionários, oficinas, etc.) como na aplicação destes, sendo capacitadas para replicar estas metodologias em outros contextos. Os dados anonimizados serão disponibilizados em plataforma online pública, tornando possível o download por qualquer cidadão interessado. A hipótese do trabalho é que o conhecimento dos dados sociais associados à organização social de uma ocupação por um movimento de moradia implicaria em maior possibilidade de articulação e redução de riscos, em um contexto de pandemia ou outras adversidades, em relação a outros contextos habitacionais complexos. Isso se justifica tanto para que estes grupos possam se empoderar, por meio do levantamento de dados sobre suas condições, assim como embasá-los junto aos tomadores de decisão.